Controle as emoções ao falar

Como bem disse Jô Soares: “É melhor pensar sem falar do que falar sem pensar”

Ok. A frase é verdadeira e todos concordam com a afirmação, mas por que não conseguimos controlar a fala e acabamos dizendo o que não deveria? Por que só percebemos a besteira que fizemos depois de agir?

Exemplos desse acontecimento temos vários… no nosso trabalho, em casa… na mídia!!! Ah…a mídia… Quem se lembra da famosa frase dita por Fernando Collor? “Duela a quien duela”… Fernando Henrique Cardoso não ficou atrás quando disse que: “Aposentado é vagabundo”… e nem vou citar o exemplo de Marta Suplicy.

Bom, na campanha de Donald Trump foram proferidas duras palavras em um discurso truculento, curto e grosso. Estratégia ou descontrole emocional?
 

Não sei a resposta. O que sei é que no discurso feito após a eleição não apenas as palavras, mas o tom da voz foi muito mais amistoso e buscando aproximação.
E isso nos leva a pensar que durante a campanha a retórica usada (talvez não escolhida) fosse parte de um sequestro emocional.

O que é isso? Sequestro emocional?


O termo sequestro emocional ou da amígdala foi dado pelo estudioso Daniel Goleman autor do livro Inteligência Emocional.


Para entendermos melhor como ocorre o tal sequestro vamos à aula de neurociência…

O cérebro é um só, mas conceitualmente, os estudiosos o dividem em duas partes, uma responsável pelas emoções (sistema límbico) e a outra pela razão (neocortex). No sistema límbico há uma estrutura em formato de amêndoas chamada amígdala e é onde processamos nossos sentimentos. Todo o planejamento, pensamentos e ideias são produzidos no neocortex.

Tudo o que recebemos de estímulo chega no nosso cérebro passando primeiro pelo sistema límbico (lugar da emoção) e seguindo para o neocortex (lugar da razão). Um pequeno e grande detalhe é que  o nosso sistema límbico age muito rápido e, por isso, muitas vezes não nos permite pensar. Sabe quais as formas de agir do sistema límbico? Fugir ou atacar.
 

Esse mecanismo era muito útil aos nossos antepassados que não precisavam planejar como executar a ação, apenas decidir se iriam fugir do perigo ou atacar a presa.  
 

Útil para nossos antepassados, mas para as situações cotidianas que vivenciamos no trabalho, em casa… não. Pense um pouco. Como você age ou reage quando sente raiva, estresse, medo, ansiedade? E quando vivencia algo que imagina estar te prejudicando ou que possa ser uma ameaça? Será que tem usado o pensamento e planejamento para executar suas ações ou apenas o sistema responsável pelas emoções?


Bom, se você acredita que tem se comportado de forma impulsiva ou que tem se esquivado em situações que precisa se posicionar aí vai uma frase para refletir: “Existem três coisas que não voltam atrás: uma flecha lançada, uma palavra falada e uma oportunidade perdida”.


Tá bom, tá bom.. agora não adianta chorar o leite derramado. Já sabe que está agindo sem controlar suas emoções, né? Aliás, só usando as emoções. O que fazer, então?


Vamos às dicas:


1.  Faça uma análise das situações e dos momentos que você não consegue controlar sua emoção. O que dispara a sua emoção? Qual é o gatilho? Qual pensamento você tem nesses momentos? Qual pensamento deveria ter? O que você vai fazer para agir diferente?


2.  Conhece a velha história do contar até 10? Use. Talvez dê o tempo necessário para o neocortex funcionar.


3.  Pratique a comunicação consciente. Quais os seus objetivos? O que quer alcançar? O que precisa melhorar? Como fazer isso?

Lembre-se: atacar e fugir não o ajudará a se comunicar de forma assertiva e eficaz.

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